Geografia é Amor!

O que é geografar senão falar de nós mesmos? Nós somos a Terra, o Céu, os Mares, as Casas. Somos nossa criação e o que fazemos dela. Nós somos o Espaço. Nós fazemos o Espaço. Então, deu certo... fomos nós. Se deu errado... também somos nós. O que é Geografar senão falar de nós mesmos.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

O Rappa - O Que Sobrou do Céu


Faltou luz mas era dia, o sol invadiu a sala

Fez da TV um espelho refletindo o que a gente esquecia
Faltou luz mas era dia...

O som das crianças brincando nas ruas
Como se fosse um quintal
A cerveja gelada na esquina
Como se espantasse o mal

O chá pra curar esta azia
Um bom chá pra curar esta azia
Todas as ciências de baixa tecnologia
Todas as cores escondidas nas nuvens da rotina

Pra gente ver... por entre prédios e nós...
Pra gente ver... o que sobrou do céu... o la lá



segunda-feira, 1 de novembro de 2010

BLOG PÚBLICO

Nesta semana estou trabalhando com GeoPolítica Internacional na Escola Estadual Maurício Murgel, na Avenida Amazonas.

Estive visitando o Blog da Escola, iniciativa interessantíssima (superlativíssimo).

Deixo aqui o link para quem pretende geografar:

http://www.eemauriciomurgelgeografia.blogspot.com/

Neste blog você encontra informações didáticas sobre diversas matérias com esquemas, figuras e animações.

Pra citar: ETE - Hidrelétricas - EL Niño - Ciclo das Águas - Prédio Modernos - Rios do Mundo

Parabéns à equipe de montagem e aos professores.

Aproveitem!

Abraço!

terça-feira, 12 de outubro de 2010

O ANTI-DEMO


Perguntei para a Bia (minha linda enteada de 9 anos) em quem ela iria votar. Respondeu na lata: no Serra. Se fosse um pouco mais velha e conhecesse mais sobre Religião, Política e Economia (ainda não está no seu tempo), responderia: No ANTI-DEMO.


Ohhh??? O Anti-Demo?


Sim! Usaria esta expressão mesmo, por que tratou a Dilma Roussesasofedfas (mais difícil de escrever do que Kubstcqueck) como o verdadeiro Demo. Comedora de Criancinhas (aí seria um Demo Comunista). Segundo o entendimento da Bia, que é o mesmo de muitos adultos, Aborto é a morte de mulheres grávidas e de seus respectivos bebês. Obrigado pelo governo, entendo nas entrelinhas.


Me questiono quem será o verdadeiro Anti-Demo: Anti-Democrático.
Quem aceita discutir opiniões e propostas, dialogando sobre suas validades e legitimidades ou quem se fecha em decisões postuladas, por vezes conservadoras, e antidemocráticas (comunistas?). Sequer dão chance ao embate e ao debate. Fecham-se e querem que façamos o mesmo.



O pior é saber que boa parte do Brasil acima de 9 anos (te isento do dever Beatriz) não conhece nada de democracia participativa. Não sabem o que é Constituição (O Brenon sabe) e o que é necessário para que ocorram emendas e alterações nesse livro tão importante para a organização social. Desconsideram o congresso e legitimam uma pretensa teologia midiática habitual e neoliberal.


Nesta eleição ouvi muitos candidatos que diziam "resgatar os valores da família". Minha pulga de estimação pulava enloquente aqui atrás da minha orelha esquerda a cada vez que tentava entender o que seriam esses valores. Pior saber que as pessoas estão se curvando a idéias retiradas de fornalhas fixadas em imensos palácios urbanos e impérios ideológicos doutrinadores e opressores. À frente, os Deuses da Terra, sedentos para controlar o reino dos homens e suas leis (poder e riqueza, é CLARO).


Por essas e outras continuo GeOgrafando e fugindo dos devaneios apolíticos que escondem em sua barriga o verdadeiro aborto da democracia brasileira (Forentina é o nome dela?). Mas que deixam parir a tradicional modernização-conservadora legitimada nas mais amplas Ditaduras, os verdadeiros ANTI-DEMO.



Abraço!

ps: Deixo claro que não quero expressar aqui em quem devemos votar ou não. Apesar de crer que os leitores que me conhecem (entra aí os que já tomaram uma comigo em qualquer boteco da capital) conheçam minha intenção.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Trabalho de Campo


Trabalho de Campo, acredito, é uma ferramenta importantíssima para os educandos. Agradeço a Todos pelos Campos do Parque das Mangabeiras e de Ouro Preto. Foi um Sucesso. Parabéns a Todos os envolvidos.

Agradeço, Também, a presença ao Aulão de História da África, em especial ao Professor Luiz Arnault. Interessados podem entrar no site do professor ao lado (Vida Inteligente na Net).


Abraço!


terça-feira, 24 de agosto de 2010

O PARQUE DAS MANGABEIRAS

Texto Base para o Campo - 29 de agosto, 09h.

O Parque das Mangabeiras é a maior área verde da capital mineira e um dos maiores parques urbanos da América Latina. Com seus 337 hectares e mais de 2 milhões de metros quadrados, está localizado na Serra do Curral. O parque é um local definido como de preservação e pesquisa ambiental aberto ao público. O espaço é habitado por mais de uma centena e meia de espécies de aves. A mata é composta por diversas amostras da vegetação mineira. A paisagem verde foi projetada por Burle Marx e está localizada a mais de mil metros de altura, em um dos pontos mais altos de Belo Horizonte. Além das belas Paisagens, o Parque das Mangabeiras ainda conta com grande infra-estrutura: quadras poliesportivas, áreas gramadas, quiosque para lanches, restaurante, palcos, atividades de educação ambiental, etc.


FLORA - A vegetação do Parque reúne espécies que variam entre o campo de altitude, cerrado, e matas de galeria. As espécies preservadas com predominância no campo, das gramíneas, canelas de ema e algumas espécies de orquídeas. No cerrado, típico dos solos mais ácidos, a ocorrência de espécies como o pau-santo, barbatimão, candeia, caviuna e a mangaba, que deu origem ao nome da região, proliferam e ocupam a maior parte da área do Parque. As partes mais baixas do Parque, por onde correm os vários cursos de água, concentram grande quantidade de solo fértil. Isto propicia a consolidação da vegetação de grande porte, classificada como mata de galeria e composta de várias espécies nobres como o jacarandá, vinhático, jequitibá, e a quaresmeira, eleita árvore símbolo de Belo Horizonte.

HIDROGRAFIA E CLIMA - Uma bacia hidrográfica é formada pelas terras drenadas por um rio e seus afluentes. O Parque das Mangabeiras situa-se na bacia hidrográfica do Córrego da Serra, afluente do Ribeirão Arrudas. Os Ribeirões Arrudas e Onça, este último situado ao norte de Belo Horizonte, deságuam no Rio das Velhas. O Rio das Velhas é afluente do Rio São Francisco. Belo Horizonte é a maior cidade da bacia do São Francisco. O Rio São Francisco nasce no Parque Nacional da Serra da Canastra, no sudoeste de Minas Gerais. Sua foz situa-se entre os Estados de Alagoas e Sergipe. O clima é o típico de Belo Horizonte e redondezas, Clima Tropical Úmido, com chuvas durante o verão acompanhadas de intenso calor, e período de estiagem no inverno, acompanhado de um friozinho aconchegante. Por estar situado em região mais alta e área de mata, as temperaturas normalmente são mais baixas que o resto de Belo Horizonte. Nas madrugadas, as névoas tomam conta do ambiente. Quanto mais se sobe a Serra, nas diversas trilhas existentes, mais frio costuma fazer.

GEOLOGIA - O Parque situa-se nas encostas da Serra do Curral, limite norte do Quadrilátero Ferrífero. Afloram rochas como o itabirito dolomítico e o minério de ferro, o quartzito ferruginoso e o filito quartzito. As partes mais altas da Serra são sustentadas pelos itabiritos (minérios de ferro) e lentes de hematita da Formação Cauê, de onde é extraída a maior parte do minério de ferro produzido no Brasil. O ferro muitas vezes se solubiliza e serve como cimento para as brechas ou como matéria-prima para as espessas cangas encontradas em muitos pontos do Parque. A gruta encontrada logo abaixo da Ciranda de Brinquedos foi naturalmente formada pela dissolução de brecha ferruginosa, processo ainda em plena atividade, como podemos constatar pelo gotejamento de água no seu interior. À norte da Serra, entrando pra Belo Horizonte, se encontra rochas do tipo granito e guinasse, muito usado na formação de britas.


GEOMORFOLOGIA - Em função do relevo da área e dos diferentes tipos de solo, o Parque apresenta uma cobertura vegetal heterogênea (diversificada) formando uma rica variedade de ambientes. Classifica-se, segundo Ab’s Saber, como parte das Serras e Planaltos do Leste e Sudeste, tipo geomorfológico que se estende do Sul de São Paulo até o Nordeste, em contato com a Depressão Sertaneja do São Francisco, terras mais baixas que circundo a bacia do Velho Chico. A Serra do Curral faz parte da Cadeia de Serras chamada Serra do Espinhaço. À sul da Serra encontra-se o Quadrilátero Ferrífero, área de relevo elevado onde se encontra Serras conhecidas, como a Serra do Rola Moça, Serra do Caraça, Serra de Ouro Preto, etc. Área de intensa exploração Mineral também, uma das maiores do Brasil. À norte estende-se um relevo levemente ondulado, formado por colinas e pequenas serras, até as áreas planas cársticas do Norte de Minas.


Agora que você sabe mais sobre o Parque das Mangabeiras, aproveite bastante. Explore as informações. Na dúvida sobre alguns termos, pesquise em livros ou na internet. Para o trabalho de campo, não se esqueça de vir com roupas leves para a caminhada e de trazer seu lanche. Se atente para o frio também. De olho no Busão... pesquise na internet ou ligue na Bhbus antes. Outros equipamentos são interessantes, como a CAMERA FOTOGRÁFICA, BINÓCULOS, BÚSSULAS, etc. Muita seriedade durante o trabalho para que tudo ocorra muito bem. Depois da nossa atividade a curtição é garantida no Parque, com os gramados, as quadras e demais atividades.


Abraço!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Entenda o que é a UNASUL

Fonte: BBC Brasil 05/2008


Presidentes e representantes dos 12 países da América do Sul assinaram em Brasília, nesta sexta-feira (2008), o tratado de criação da União das Nações Sul-americanas, a Unasul.

Entenda como o grupo surgiu e quais são seus principais objetivos.

O que é a Unasul?

A Unasul (União das Nações Sul-Americanas) reúne os doze países da América do Sul e visa aprofundar a integração da região.

Por suas riquezas naturais, a América do Sul é importante internacionalmente como um dos principais centros produtores de energia e de alimentos do planeta. Chile e Peru são ainda dois dos principais endereços da indústria mineradora no mundo.

Como a Unasul nasceu?

A iniciativa da criação de um órgão nos moldes da Unasul foi apresentada, oficialmente, numa reunião regional, em 2004, em Cusco, no Peru.

O projeto recebeu o nome de Casa (Comunidade Sul-Americana de Nações), mas o nome foi modificado para Unasul durante a Primeira Reunião Energética da América do Sul, realizada no ano passado na Venezuela.

O nome Unasul --Unasur para os países de língua espanhola-- surgiu depois de críticas do presidente venezuelano Hugo Chávez ao que ele chamou de lentidão da integração.

Quais serão os principais objetivos deste novo organismo?

Os principais objetivos serão a coordenação política, econômica e social da região.

Com a Unasul, espera-se avançar na integração física, energética, de telecomunicações e ainda nas áreas de ciência e de educação, além da adoção de mecanismos financeiros conjuntos.

O que se define em Brasília?

A partir desta reunião, a Unasul passa a ter personalidade política própria e, na prática, passará a ser um organismo internacional.

Ou seja, não se limitará mais a um fórum de debates, mas incluirá a possibilidade de serem adotadas medidas conjuntas.

Os presidentes assinam esta formalização nesta sexta-feira, mas para que Unasul comece a funcionar como organismo internacional o texto ainda precisa ser ratificado pelos congressos de nove dos doze países.

O que mais é discutido em Brasília?

Os líderes regionais estão discutindo também a criação do Conselho de Defesa da América do Sul. A idéia foi apresentada oficialmente pelo Brasil, mas é rejeitada pela Colômbia.

A iniciativa ganhou força no início deste ano, depois da crise envolvendo Venezuela, Colômbia e Equador, provocada por uma ação militar colombiana contra as Farc em território equatoriano.

Além do Conselho, que outras bases internas da Unasul poderão surgir?

Existe o plano de criação do Parlamento único da Unasul, mas não há nenhuma expectativa de que a idéia seja colocada em prática em um futuro próximo.

A Unasul terá ainda uma secretaria permanente que deverá ser em Quito, no Equador.

Qual o tamanho da Unasul?

Os países que farão parte do grupo têm cerca de 360 milhões de habitantes e, de acordo com dados da Cepal (Comissão Econômica para América Latina e Caribe), tinham um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 2,5 trilhões em 2006.

Ainda de acordo a Cepal, só o PIB do Brasil era de US$ 1,06 trilhão em 2006. Em 2007, o PIB do Brasil foi de US$ 1,3 trilhão.

Mas este é um grupo desigual, que conta com 180 milhões de habitantes do Brasil e três milhões do Uruguai, por exemplo.

Quais são os desafios da Unasul?

Num primeiro momento, os governos parecem ter expectativas diversas sobre os resultados reais da Unasul.

O ministro das Relações Exteriores do Chile, Alejandro Foxley, disse que seu país tem três principais interesses nessa integração: energia, infra-estrutura e uma política comum de inclusão social.

Por sua vez, o chanceler boliviano, David Choquehuanca, afirmou que a Bolívia espera que a Unasul não se limite às questões comerciais e trate da "união dos povos".

Mas talvez o principal desafio da Unasul será colocar em prática suas medidas, como a integração energética, já que hoje o desafio entre quatro países --Brasil, Argentina, Bolívia e Chile-- ainda não foi resolvido.

Questões bilaterais --ou trilaterais-- também estão na lista de desafios da região.

Disputas territoriais entre Chile e Peru, da época da Guerra do Pacífico, no século 19, estão hoje no Tribunal Internacional de Haia. A Bolívia reivindica do Chile uma saída para o mar, perdida na mesma guerra do Pacífico.

Venezuela, Equador e Colômbia travam, desde março, uma disputa envolvendo as Farc (grupo guerrilheiro mais antigo do mundo, com mais de 40 anos) que ainda não teve conclusão.

Quais são os próximos passos?

No sistema de presidência temporária e rotativa, a próxima presidência caberia à Colômbia, que abriu mão do direito, que passará ao Chile.

Nos termos do Tratado, a Unasul terá como órgãos deliberativos um Conselho de Chefes de Estado e de Governo, um Conselho de Ministros de Relações Exteriores e um Conselho de Delegados.

Haverá reuniões anuais de chefes de Estado e de Governo e reuniões semestrais do Conselho de Ministros de Relações Exteriores.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O Sertão Vai Virar Mar

O Sertão já foi mar, mas isso foi há muito tempo, só 200 milhões de anos no Tempo Geológico, quando ainda existia a tal da Pangéia (nome bonito para um filho, não acham?).

Pangéia seria um nome legal também para se colocar em umaUsina Hidrelétrica, no entanto, engenheiros e políticos normalmente gostam de homenagear alguma tribo indígena dizimada na história recente.


Interessante mesmo é o nome das novas cidades construídas para abrigar os ribeirinhos desapropriados. Em Furnas (ao longo do Rio Grand
e, que realmente é grande, ou era) a cidade de São José da Barra deu lugar à Nova Barra.

Coitado do São José que deve ter inundado com a antiga cidade: junto com a vegetação, animais, terras agrícolas, fantásmas e difuntos que nunca mais serão encontrados. O que fazer!? Como competir com um empreendimento de cunho social (energia "limpa"), econômico (grande "potencial" no Brasil) e ambiental (energia "renovável")?

Vai-se o "santo" e vem-se o "progresso", afinal religião e política
não se mistura e não se discute. Só GeOgrafando mesmo.



Abraço!

sábado, 31 de julho de 2010

Eu Não Sei

Não sei quando foi que aprendi a dizer "não sei". Na verdade ainda estou em dúvida se posso dizer isso por aqui.


Já não sei se foi o Platão ou o Aristótelis quem disse: Só sei que nada sei.
Homens sábios! Grandes pensadores gregos (dificilmente colocaram a mão na massa nessa vida, ou melhor, naquela vida).


O interessante é que quando um desses dois soltou essa máxima (ou será que foi o Sócrates), conseguiu definir muito bem o que a ciência é e pensa que é. Quanto mais descobrimos, mais percebemos nossas incapacidades mentais de perceber a realidade que nos cerca.


Um grande salve para Platão, Sócrates e Aristótelis que não sabiam de nada, mas sabiam disso. Tais sujeitos daria gosto pagar uma breja num botequim lá em Cordisburgo (terra de Rosas).


Proseando, sinucando e Geografando. Não precisaria de saber mais nada nessa vida.


Abraço!

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

“Mas lá no Centro?”


Não faz muito tempo, eu estava no bar da sauna, na Rua da Bahia, com minha namorada e mais alguns Tortugas quando decidimos ir para outro boteco. Acontece que para chegarmos aos veículos estacionados à Espírito Santos (não! não era o 2256 que fomos pegar) tivemos que passar pela Guajajaras – isso em plena sexta-feira a noite – onde presenciei alguns fatos interessantes.

Alguns leitores podem estar perdidos quanto aos locais (- Como assim saiu da BA para ir ao ES passando pelos selvagens indígenas???) ou quanto ao tempo (- Sexta-feira á noite? Era 13? Viu um Lobisomem, é isso?) ou mesmo quanto as pessoas (- Quem é você? Tortugas? Ops, errei o blog...). O fato é que o Centro de BELO HORIZONTE, MG, possui ruas com nomes de tribos indígenas (Guaicurus?), estados (Paraná?), rios (Paraná de novo?) e políticos folgados (Exceto Santos Dumont que não era político, mas mereceu a homenagem quando deu um rolé por aqui). E uma delas, no caso a Guajajaras, virou nos últimos tempos ponto de encontro de jovens universitários, jovens pré-universitários, jovens pós-universitários e qualquer outra denominação que o senhor leitor souber a respeito desse tipo de ser-humano.

Discutindo com o Alysson sobre os motivos da aglomeração chegamos a várias causas, entre elas a cerveja barata - se você acha que Latão de Bhrama a R$2,50 é barato, convenhamos-, a grande quantidade de Faculdades e Cursinhos que se encontra naquela região, tradicional ponto de encontro de Gays e Lésbicas (os esquisitos? Diria minha vovó, rs.), etc.

Contudo, mais uma vez não pôde deixar de Geografar mais a respeito. Não sei se você que está lendo aí costuma freqüentar a Região Central, principalmente se já tem tempo de vida pra se lembrar de como era difícil fazer isso anos atrás quando o Centro era sinônimo de camelôs, sujeira, trombadinha, ratazanas e sei lá mais o que. Porém, nos últimos tempos as coisas mudaram um pouco, exceto para a parte das ratazanas que continuam fazendo história. Projetos de “RESTAURAÇÃO” e “REQUALIFICAÇÃO” tendo a frente a Prefeitura e a CDL (-Que isso? Pergunta a Paulinha na sala. –Câmera de Dirigente Lojistas Paulinha, respondo) estão promovendo a chamada “reestruturação da área central”. Termos sugestivos, não acham?
Grande parte da nossa grana – dinheiro público – está sendo direcionado para deixar o centro mais, digamos, “atrativo”. Agora responda: Para quem e Por quê?

Te dou um tempo pra pensar...

E aí? Lembrou do início da história não é? – Para os Jovens Universitários e derivados.
Não só para eles, mas para novos e velhos moradores, transeuntes (adoro essa palavra, rs.) e principalmente CONSUMIDORES. Se não fosse para tal não estariam envolvidos CDL e Sindicato dos Comerciantes. De fato, o Centro ficou mais “atrativo” sim, tanto que estávamos lá tomando todas no final de semana, tanto que a quantidade de moradores cresceu consideravelmente nos últimos tempos – a saber: idosos e jovens majoritariamente -, tanto que os camelôs foram para as ruas com nomes de índio lá da parte baixa da cidade.

Aí que aparece a Guajajaras e as redondezas como ponto de encontro de toda a moçada que gosta de um bate-papo, um gole e outras coisas mais. Tudo vira um grande caldeirão, com vantagens e desvantagens, prestes a explodir. No entanto, dias atrás, discutíamos em sala uma reportagem que o SBT passou sobre certo Baile Funk que surgiu na Rua da Bahia, pertinho da Guajajaras. Na ocasião, os moradores adjacentes reclamavam da confusão que aquilo tinha se formado, em pleno ambiente residencial. Em sala, começa a discussão, quase sempre questionando o que acontece nos bailes – droga, barulho, sexo, brigas e a diversão dos “favelados”, falam alguns.

Alguém levanta:
- Mas lá no Centro?

Sim, lá no centro. A pergunta é interessante: - Como assim: baile funk trazendo um monte de pobre da periferia para o Centro? Realmente é inimaginável. Já aprendemos que lugar de rico é para ricos e de pobre é para pobre, bem longe dos ricos. Tudo bem se os jovens da classe média estão fazendo a mesma coisa na Guajajaras: roupas curtas, bagunça, brigas, drogas, sexo, palavrões, ilegalidades, etc. Aí pode ser no Centro. Mas “som de preto, de favelado, quando toca ninguém fica parado”. E não ficaram mesmo, “chama a reportagem”, “abaixo-assinado”, “prefeitura”, “Deus...”.

Enquanto continuarmos aceitando a segregação social e espacial existente no nosso dia-a-dia, lutando pelos nossos interesses pessoais e olhando para o nosso próprio umbigo continuaremos medíocres conservadores e fantoches da falsa cidadania sconsumista e reacionária. Vivemos uma cidade que se processa fragmentada, dividida de acordo com a sua condição social, de acordo com a sua cor da pele, do seu gosto musical, de quem você é filho, de onde você mora. E aceitamos que isso é normal. Saem os “favelados” do centro porque reformamos isto tudo aqui só para nós. E não vá achando que eles vão ficar:

- nós já tiramos os camelôs, vocês vão sair.
- Mas e “nois” aqui no Balaio de Gato, podemo fica? Nois é estudante.
- Claro! Vocês são cidadãos [consumidores], ajuizados [brancos] e legais [nossos filhos].

Por fim, achamos melhor ir para Venda Nova, estava tarde e estávamos cansados. Lá tem de tudo e de todos, onde posso continuar geografando e falando de nós mesmos.


Abraço!